Isso aqui fica um tanto quanto escondido. Não sei quem lê, mas nunca quis saber, exatamente. É aqui que venho quando sinto um receio muito grande de tentar falar verbalmente, em voz alta, as coisas que sinto. É aqui onde venho quando me canso de reproduzir meus discursos solitários diários durante o banho ou no meu quarto. É que pra tudo que acontece, eu tenho uma necessidade enorme de discorrer sobre, por horas. E tanta coisa aconteceu que não tive tempo nem ouvinte. Com o tempo aprendi a gostar do silêncio, ou a deixar ele me dominar. Mas eu sei, um dia eu posso explodir por aí, tudinho de uma vez só.
Voltou aquele sorriso tímido que eu media milimetricamente de longe, para considerar que era sim um momento de felicidade. Voltou o 'bom dia' mais legal, as perguntas sobre a vida e a 'boa noite' pedindo o abraço que eu ainda não sei dar. Voltou sem seu violão melodramático, no quintal solitário, porque voltou contente. Voltou sem julgar nada, ninguém, nem mesmo ele. Voltou meio ciumento, mas hoje olha pra mim e vê, porque sabe que há espaço pra ele também. Voltou pra mim e marcou seu território, aqui dentro e pelo mundo, daqueles que, apesar de tudo, eu ainda admiro. Meu pai voltou.
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