It's finally over. Respirei aliviada, com uma dose de ódio misturada à frustração. Normal, normal, já até me acostumei. Não existe mesmo, nada perfeito, muito menos pra mim. (...)

Foram dias difíceis e hoje eu gosto do gosto que o vento tem quando bate no meu rosto, essa sensação de liberdade que eu ainda nem sei de fato aproveitar. Eu agora tenho meu coração comigo, meio dolorido ainda por tantas quedas. E mais uma vez, disse que vou dar uma trégua. De fato, são tantos rostos lindos, tantos assuntos engraçados, aquele cheiro de corpo e cabelo e tantos beijos que eu poderia, me apaixonar no escuro outra vez. Mas algo me segura. O parapeito parece bem mais alto, e a dorzinha que ainda persiste em me lembrar da última tentativa faz com que eu recue. Acho que é para o bem. Ou então para que eu alce vôos maiores. Mais distantes. A minha vontade de permanecer aqui diminui muito... mas aproveito enquanto o samba está tocando. 

Tudo ao redor parece frágil agora. Então foi o momento certo a me resguardar. Se eu me lembro de algo, se eu vejo uma foto, dói muito. Então é melhor que tudo fique em paz e distante. Minha família se cobre de zelo e medo. Meu avô ainda respira fundo, eu o vi naquela cama se esforçando por nós. Por nós. Minha tia (e todos nós) abrimos uma janela pra um mundo tão desconhecido, mas tão medonho que ás vezes nos enfraquecemos, só de olhar. Mas desistir é tão difícil pra mim. Eu tento de tudo, eu tento sempre, eu quase nunca desisto. E quando de fato as coisas acabam, eu tenho alguns dias para guardar de lembrança. Hoje é um deles. 


Seu Zé, eu te amo de uma forma que nunca soube expressar, o que decidir será feito.
E para minha tia, ainda temos tanto pra passar, que não estou disposta a cogitar algo como se entregar.


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