Hoje é um desses dias em que, não consegui nenhuma desculpa para sair de casa, mesmo sendo sexta, mesmo eu ganhando uma entrada para uma festa um tanto gay na boate, mesmo que um amigo que adoro está no bar esperando que eu apareça. Não consigo sair porque mesmo que doa, preciso ficar sozinha, sem aquele monte de trabalhos que me ocupa a cabeça o ano inteiro e me faz esquecer toda a verdade que sinto. 

Tudo bem, fim de ano sempre me emociona mesmo. Eu sinto saudades da minha infância, e agora mais do meu avô. Sinto saudades mas sempre gostei das mudanças. Mas dessa vez as coisas estão fortes, profundas, verdadeiras. Hoje eu li mais um relato de relacionamento abusivo, aliás, nem sei se aquele outro relato era de fato abusivo, mas me marcou muito por ser de alguém que conheço. E mais tarde, achei essa notícia. Ler o que a Poanka escreveu, eu não sei porque hoje, porque agora, mas doeu demais. Eu não me aguentei e chorei mais uma vez, mesmo que tudo tenha acontecido há mais de quatro anos. Eu me lembrei de coisas que fiz esforço pra me esquecer, de palavras e detalhes a que me submeti ouvir e viver. 

E finalmente, me dei o direito de chorar, mais uma vez por tudo. Nessa linha, aproveito pra me lembrar de várias outras coisas e chorar um pouco mais (chorar está ficando tão raro, que preciso não desperdiçar o momento). Do que é tentar fazer as coisas darem certo e elas acabam sempre com aquele ar de "realmente acabou?"; do que é concluir que sou tão diferente da minha família que passo meses distante deles e concluo que no fundo, preciso aprender a viver com saudades, longe deles ao invés de me sentir menor toda vez que os encontro. 

Ando falando que minha casa está bagunçada, que meu quarto está uma bagunça, mas aqui dentro de mim as coisas não estão muito diferentes. É uma solidão estranha, porque poderia ser boa e tranquila, mas quando aparece só trata de revirar detalhes tristes.


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