Meu caminho para o isolamento segue o mesmo. Sei que não é bom, mas tudo ao redor me condiciona a ficar cada vez mais quieta, mais calada, mais silenciada e mais introvertida. Há alguns meses, gostei de conseguir me assumir como alguém introvertida, encontrei alguns vídeos sobre o poder que os introvertidos têm e aquilo me animou um pouquinho, embora para o resto da família eu só seja alguém fria demais para demonstrar carinho. 

Minha imagem para a família realmente, segue ladeira abaixo. Não tenho medo nem pudor de falar a palavra lésbica em público (um ataque!), e nas reuniões de família, eu quase conto alto, das vezes que já me senti ofendida por tios e tias em acontecimentos que na verdade todo mundo fez parte, todo mundo soube, todo mundo está cansado de saber. Só que dizem que é melhor não comentar e fingir que estamos todos bem. Minha mãe, que apanhou por anos, e foi ofendida por anos por ser extrovertida e apaixonada por festas, hoje tenta usar a amordaça quando eu lembro todos de tais fatos para ajudá-la na desconstrução de falas como "isso ali é puta". Meu pai fala com calma, tudo que os outros já falam com intensidade. Mas se ele fala calmo, parece mais compreensivo. E me ganha. Até eu me sentir mal de novo. Alguns amigos mais próximos, acham que eu deveria agradecer por não namorar alguém gorda mais, acham que eu tive sorte que os relacionamentos acabaram. Outros admiram o fato de que, eu me relacionei com garotas de "estilos diferentes", acham que eu tenho um bom coração, BOM CORAÇÃO, por ser assim.

Eu não consigo confiar em mais ninguém ao redor. Nem do passado, nem do presente, e se eu continuar tomando as mesmas ruas que tomo todos os dias, nem do futuro.

Hoje eu dormi até as 11:20. Se eu pudesse dormiria pelo resto do dia. 


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog