Voltei.

Voltei lá no tempo em que escrevia bastante. Quase sempre, quando dava. Mas dava mais do que dá hoje. Li várias vezes um texto antigo que escrevi para alguém. E dediquei o dia de hoje a pensar na pessoa que me transformei nos últimos três anos.

Não confio em quase ninguém, e me dedico menos ainda a quem amo. Não sei mais explicar quando sinto amor. Não leio tanto mais, me amedronto com estranhos nas ruas, com ônibus lotados ou vazios demais e com a solidão. Logo eu, com medo da solidão. Ganhei um amor daqueles que sempre pedi, sem dor, sem tanto medo e com uma mochila nas costas. Só falta eu decidir quando será a partida.

Mas às vezes acordo, olho para a cama e pro rosto dela deitada, dormindo e me pergunto se eu mereço tanto. Sinto que faço pouco. Escrevo pouco. E essa menina, ela merece tanto, tanto que o meu espelho do banheiro me fala todos os dias, que preciso trabalhar menos e amá-la mais.

Voltei do trabalho hoje e a casa que vive infestada de gente, entrando e saindo está vazia. Escuto a cidade inteira aqui, como sempre foi, mas o silêncio do meu quarto me engole. Voltei a pensar nas linhas que tanto escrevi por aqui e acho que chegou a hora de pintar as paredes, deixar as coisas velhas guardadas em uma caixinha (mas não apago o que aconteceu) e volto a contar novas histórias.

Em breve.

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