Três anos depois Pt 2

 Em 2017 eu estava em um relacionamento sério com uma mulher que conheci online. Nada muito novo pra uma millennial. Tirando o fato dela ser americana e ter mudado pro Brasil pra gente ficar junta. Mas se namorar a distância com muita fidelidade é prova de amor, morar junto também é. Por vários motivos a relação deu certo até um ano e meio e depois pifou. Sofri muito, sim. Mas hoje sou grata a tudo aquilo que me aconteceu, pois me impulsionou pra que eu saísse do Brasil de novo, mais uma vez sozinha, mas dessa vez solteira. 

Me vi morando na Califórnia, fazendo um estágio, conhecendo pessoas incríveis e um universo progressista e cheio de oportunidades. Ainda hoje considero a melhor época da minha vida. Não tinha muito dinheiro, mas sempre tive mais e mais chances de trabalho lá. Conheci uma mulher incrível que hoje é minha esposa. Mas os Estados Unidos ainda não era o lugar que eu conseguiria me estabelecer de fato. Minha esposa é britânica e nunca teve green card. Então assim que nosso namoro ficou sério, já começamos a juntar dinheiro para nos mudar para a Inglaterra. Foi uma decisão fácil pra mim, difícil pra ela. Hoje eu entendo melhor seus motivos. 

Voltar para “casa” depois de tantos anos e lidar com os pais que têm mais ou menos a mesma mente de quando você se foi é um desafio. Moramos numa cidade pequena, onde os vizinhos não conversam ou sorriem. Com a pandemia, esse mês faz um ano que trabalho em casa e apesar de todo conforto, socialmente eu me sinto confusa, sozinha, perdida. 

Tem sido uma jornada e tanto. Mas até aqui, sou grata. Principalmente por ter saúde e trabalho. 


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